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terça-feira, 8 de março de 2011

AUTISMO: O TRABALHO COM ARTETERAPIA E PSICOLOGIA

Diagnóstico:

Autismo ou TID (Transtorno Invasivo do Desenvolvimento) é uma disfunsão global do desenvolvimento (TGD) , distúrbio comportamental com causa múltiplas,  comprometendo assim o desenvolvimento psiconeurológico.
O autismo não tem cura, ele tem tratamentos que podem ajudar o autista a melhorar, transpor suas dificuldades. Aparece nos três primeiros anos de vida. Quando o profissional trabalha com uma demanda de  autistas, a experiência  leva mais rápido ao diagnóstico. Há crianças que no primeiro encontro eu já sei que possui o autismo, mas espero alguns encontros a mais para conversar com os pais. A experiência é muito emocionante: já vi pais emocionados e felizes com o diagnóstico, já vi mãe com um certo nível de resistência e hoje estar totalmente saudável, trabalhada em relação ao filho... enfim, confesso que tenho um carinho especial pelos autistas (e Síndrome de Down também!!!).

Sintomas:

  • o autista apresenta dificuldade de se relacionar, afetado com deficit de linguagem que dificulta ainda mais a comunicação, a compreensão com o outro.
  • geralmente apresentam comportamentos repetitivos;
  •  fobias de coisas que geralmente não sentimos;
  •  são atraídos por rotação de objetos, principalmente ventiladores, rodas de carinhos;
  • possuem pouco ou nenhum contato visual;
  • resistência a mudanças;
  •  pegam nas mãos dos genitores, cuidadores, terapeutas pessoas do seu dia a dia e as encosta no que deseja;
  • apresentam choro e risos sem motivos aparentes .
  •  a auto agressão ou agressividade também podem ser vistas com menor frequência.
  • alguns nunca falaram de acordo com a linguagem da sociedade, outros terão um atraso na fala, outros como o Asperger poderão apresentar sua fala bem compreendida (alguns numa linguagem "robótica" ou infantilizada). Os autistas "mais desenvolvidos" são chamados de Síndrome de Asperger. Estes conseguem falar, escrever, sabem se comunicar...

Recebo no consultório diversos tipos de autistas:  raros os muito comprometidos, que não se envolvem como nada... nem para brincar...  muitos que só se envolvem com algo que tem interesse ou fixação (até serem trabalhados); outros que tiveram um bom acompanhamento e por isso interagem muito bem...

Alguns são extremamente ligados ao algum objeto (fixação) na sala e para que haja uma interação de verdade com eles, tenho que retirar esses objetos em nosso encontro, se não ficam se relacionando somente com eles a sessão toda! E aí não há trabalho terapêutico.
 Penso que a arteterapia atue na expressão não verbal do autista, UM CANAL DE PURA EXPRESSÃO, de auto conhecimento, permitindo assim externar seu mundo interno através do desenho, pintura, modelagem, música e etc. Processo de auto conhecimento, auto estima, aprendizagem expandindo seus recursos físico, emocionais e cognitivos a caminho de seu desenvolvimento saudável.
Creio que não há uma formula na arteterapia que indicará para cada nível um material diferente, os comportamentos irão dando as dicas do que trabalhar.

Já trabalhei com autistas que rasgam papeis, e em algum momento apresentei como psicóloga a produção de um mosaico a partir dos próprios papeis que eles rasgavam.
Para os mais agitados e com um longo tempo de atendimento, trabalhei com argila, massinha e biscuit.
A música é um recurso bem interessante...
Use sua imaginação e se não der certo, trabalhe a frustração, ela pode fazer parte do processo, como disse não há formulas, há possibilidades... que só vamos saber a medida que tentarmos.

2 comentários:

  1. Amei! Muito obrigada, pois começo minha jornada com eles por agora. Espero fazer parte do time que os acolhe e os estimula com respeito e carinho. Beijão, Margarete Braga (Guel) - arteterapêuta, São Francisco do Conde-BA.

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  2. Beijos Guel, obrigado pela sua contribuição. Espero que possa somar com sua experiência!

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