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domingo, 17 de julho de 2011

ARTETERAPEUTA, UM FACILITADOR DO PROCESSO DE CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS...


A oralidade de contar histórias surgiu no momento em que o homem sentiu necessidades de comunicar suas experiências.
Homens primitivos se reuniam em rodas e ali um de frente para o outro, compartilhavam suas memórias, seus medos, seus prazeres, suas expressões... os mais velhos da tribo para os mais novos...
Antes de escolher uma história, é necessário o arte terapeuta conhecer o grupo do qual será compartilhado a história. Diante de suas histórias, sua faixa etária, a necessidade do grupo, da escola naquele momento é que vai encaixar a história escolhida.Fantasia e realidade se confundem, falamos de personagens, falamos de nossas histórias subjetivas, projetamos ou refletimos no personagem nosso eu, trabalhamos com os símbolos, com as metáforas existentes com a realidade do outro, do ouvinte que se envolve na história. Fica mais fácíl trabalharmos a criança através de um conto, ela falará tudo sem se sentir ameaçada, afinal esta falando "do personagem".

"Ouvir histórias é um dos recursos de que as crianças dispõem para desenhar o mapa imaginário que indica seu lugar, na família e no mundo. Histórias de crianças que saem ou são expulsas de suas casas, ou que perdem o rumo de volta depois de um passeio mais ousado e se deparam com perigos inimagináveis, funcionam como antecipações que lhes permitem dominar o medo do ‘mundo cruel’ que, mais dia, menos dia, terão que enfrentar".
           Diana Lichtenstein Corso e Mário Corso, no Livro Fadas no Divã – Psicanálise nas Histórias Infantís.
Depois de uma escuta sobre a turma da oficina e escolhido a história desta turma, o arte terapeuta depois de contado, vivenciado, interpretado a história
ele convida a todos a materializar o que aquela história lhe causou, que imagem veio do seu inconsciente só para você, que arquétipos coletivos da história da humanidade o conto te gerou...

Estudando uma musica que foi sucesso infantil dos anos 80, descobri que ela foi gerada a partir de um filme, do filme fiz alguns estudos da cor azul e assim vai... deixe sua imaginação correr solta...

VAMOS VIAJAR....
Pássaro Azul ( Trem da Alegria)
Composição : Michael Sullivan e Paulo Massadas

Eu sei uma estória
Vem correndo, vem depressa, vou contar
Na trilha do vento
Você pode encontrar o amor
Voa pássaro azul
Voa de norte a sul
Traz pra sempre a esperança
Faz o mundo criança
Num abraço bem forte
Traz pra sempre a sorte pra mim
Não deixe o sonho acabar
Meu lindo pássaro azul
Solto pelo ar
Fazendo a vida sempre mais bonita
Voa canção
E leva o meu coração
Faz brilhar a paz
Que a vida é de quem nela acredita


O PÁSSARO AZUL  
                        
       O filme e uma gracinha... o livro foi escrito de 1908. Porém essa reedição do filme (tem mais antigas e mais atuais) foi feita em 1940. Para quem esta em busca do seu pássaro azul, eu recomendo...  para  ter acesso ao filme ele esta disponível em locadoras modernas como Blockbuster e Netmovies. Professores, é um ótimo filme para se discutir onde fica, onde esta, o que é a felicidade...

  
Sinopse

Mytyl (Shirley Temple) é uma menina mal humorada e que não dá valor à família que tem e aos amigos. Ela captura um pássaro e o prende em uma gaiola. Até que ela e seu irmão Tytyl (Johnny Russell) recebem com pesar a notícia de que o pai irá para a guerra e ficam tristes. Até então seu mundo é preto e branco. Até que ela recebe a visita de Luz (Sybil Jason), uma fada, que irá lhe guiar e ao seu irmão, juntamente com a gata e o cachorro agora transformados em gente, em busca do pássaro azul da felicidade, que poderá estar no passado, presente ou no futuro. No passado eles reencontram os avós já falecidos, no presente eles são adotados por uma família rica porém egoísta, e no futuro eles veem a irmã que ainda terão.
Ao retornar da viagem, ela descobre que a felicidade sempre esteve em sua casa, na figura do pássaro, agora azul, preso em sua gaiola.

Curiosidades

- Shirley Temple era à essa época a criança mais famosa de Hollywood.
- O filme veio após ela ter sido negada a participar do filme O Mágico de Oz, estrelado por Judy Garland, pois seu estúdio negou-se a empresta-la a MGM.
- O filme foi inspirado na peça homônima de Maurice Maeterlinck.
- Esta foi a primeira vez que Shirley deixou de interpretar uma menina doce, pois Mytyl era na verdade uma garota impetuosa.
- Infelizmente esta mudança não agradou ao público, que não se acostumou com a nova imagem de Shirley.
- A atriz Gale Sondergaard que fez a gata Tylette, havia sido escada para ser a Bruxa Má de O Mágico de Oz, mas como o papel exigia feiúra, ela foi dispensada.
- Duas outras versões: 1918 e 1976, com o mesmo título.
- A pequena atriz Caryll Ann Ekelund, que participa da sequencia do futuro, morreu pouco após as filmagens, em decorrências de queimaduras em uma festa do Dia das Bruxas.

Prêmios

- Indicado ao Oscar de Melhor Fotografia Colorida e Efeitos Especiais.

A COR AZUL

Azul: Profundidade, lealdade, confiança, sabedoria, inteligência, fé - cor da espiritualidade, verdade, eternidade.
Azul-marinho: conhecimento, o mental, integridade, poder, seriedade.

Ele estimula uma introspecção para que possamos perceber com maior clareza fatos e acontecimentos da vida pessoeal, ele é uma porta para o inconsciente, daquilo que temos de mais profundo.


Pesquisando sobre o pássaro azul descobri um texto interessante...


Israel Pedrosa, no livro “Da cor à cor inexistente”, escreve que a lenda do pássaro azul, símbolo da felicidade inatingível, nasceu da analogia secreta do azul com o inacessível. Diante do azul – formula o autor –, a lógica do pensamento consciente cede lugar à fantasia e aos sonhos, que emergem dos abismos mais profundos de nosso mundo interior. Por sua indiferença, impotência e passividade aguda que fere, o azul atinge o portal do inconsciente.

Deus anunciou: “Que haja luz!”, fazendo-nos a mágica do princípio. E, separando o negrume do caos, e criando-se o dia, abriu o cortinado azul dos oceanos e do firmamento. Fez também um cenário de aventuras, pra que dominássemos os peixes do mar, as aves do céu, os animais domésticos e todas as feras, e todos os répteis que rastejam sobre o chão, em todas as cores, mescladas de azul. Atinando em Deus, mais que no realismo físico das cores, Da Vinci formulou: “o azul é composto de luz e trevas, de um preto perfeito e de um branco muito puro como o ar”. E disse Goethe: “o preto que clareia torna-se azul”, percebendo, na criação, a maravilhosa passagem da treva à luz. E, no desespero pela libertação das trevas, fizemo-nos Ulisses, e singramos a imensidão azul dos sete mares, e dos sete mil Danúbios azuis, na ânsia de apalparmos a matéria invisível dos sonhos. Fizemo-nos barqueiros de Colombo, na “azzurra” esquadra para o mundo novo. Fizemo-nos Quixotes, pelas andanças em busca de devaneios, campeando nas quimeras da pureza. No deslizar da história, e tentando vencer a gravidade do chão, fizemo-nos, enfim, ritualísticos e desde sempre Ícaros. Contemplamos a terra como um sonho todo em azul, nas aventuras de Buck Rogers; fizemo-nos Flash Gordon a cruzar o espaço sideral, e a mostrar-nos o tom sobre tom do grande azulejo terreno, antecipando a comprovação grave e comovida de Iuri Gagárin, a contemplar o planeta: –A Terra é azul!, ...solta, liberta, girando e girando silente, em seus matizes de índigo-blue, na tela calma do infinito.

No grande tear da existência, ao tecer as fibras mais ordinárias do estar e conviver no mundo, fazemos do azul a cor do Nirvana; dependuramos em nós a pedra-amuleto de água-marinha, na crença propiciatória das viagens tranqüilas; pintamos a casa nos tons de azul, se a queremos morada da felicidade. E, se buscamos na fonte o batismo da inspiração, tingimo-nos de azul, e escrevemos uma crônica toda em azul. E azul será, imaginária e livre, a crônica de um amanhecer acinzentado, no espaço branco e preto do jornal.
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Romildo Sant’Anna, escritor, livre-docente, recebeu o Prêmio ‘Casa de las Américas” – Havana. É curador do Museu de Arte Primitivista ‘José Antônio da Silva’ – São José do Rio Preto –SP - Brasil

Vamos a mais uma historia com o azul...

O VESTIDO AZUL


Num bairro pobre de uma cidade distante, morava uma garotinha muito bonita. Ela freqüentava a escola local. Sua mãe não tinha muito cuidado, e a criança quase sempre se apresentava suja. Suas roupas eram muito velhas e maltratadas.
O professor ficou penalizado com a situação da menina. "Como é que uma menina tão bonita, pode vir para a escola tão mal arrumada?"
Separou algum dinheiro do seu salário e, embora com dificuldade, resolveu comprar-lhe um vestido novo. Ela ficou linda no vestido azul.

Quando a mãe viu a filha naquele lindo traje, sentiu que era lamentável que sua filha, vestindo aquela roupa nova, fosse tão suja para a escola.

Por isso, passou a lhe dar banho todos os dias, pentear seus cabelos e cortar suas unhas. Quando acabou a semana, o pai falou:
- Mulher, você não acha uma vergonha que nossa filha, sendo tão bonita e bem arrumada, more em um lugar como este, caindo aos pedaços? Que tal você ajeitar a casa? Nas horas vagas, eu vou dar uma pintura nas paredes, consertar a cerca e plantar um jardim.

Logo, a casa destacava-se na pequena vila pela beleza das flores que enchiam o jardim, e o cuidado em todos os detalhes.

Os vizinhos ficaram envergonhados por morarem em barracos feios e resolveram também arrumar as suas casas, plantar flores, usar pintura e criatividade. Em pouco tempo, o bairro todo estava transformado.
Um homem, que acompanhava os esforços e as lutas daquela vestido azul.

Não era intenção daquele professor consertar toda a rua, nem criar um organismo que socorresse o bairro. Ele fez o que podia, fez a sua parte. Fez o primeiro movimento que acabou fazendo com que outras pessoas motivassem-se por melhorias.

Será que cada um de nós está fazendo a sua parte no lugar que vive? Ou por acaso somos daqueles que somente apontam os buracos da rua, as crianças à solta sem escola e a violência do trânsito?

Lembremos que é difícil mudar o estado total das coisas. Que é difícil limpar toda a rua, mas é fácil varrer a nossa calçada. É complicado mudar o mundo, mas é possível plantar uma rosa azul.

 

2 comentários:

  1. Muito bom! Crianças não conseguem expressar seus sentimentos como nós adultos e as históras as ajudam a por para fora o que tanto a angustia .

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  2. Em primeiro lugar quero parabenizar a linda Roberta pelo blog, tenho certeza que está ajudando a muitos. E também quero acrescentar sobre esse processo: Sabemos que as crianças são livres de preocupações como um adulto, porém tem algumas que sofrem por eles ou por causa deles. Precisamos estar atentos ao comportamento das crianças e oferecer à elas oportunidade de mudança por meio da Arteterapia. Um belíssimo trabalho. Bjs !!!

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